Quem nomeou Jesus e por que esse nome foi escolhido?

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No tecido da teologia cristã, o nome de Jesus possui um significado profundo, não apenas por suas implicações espirituais, mas também por suas raízes históricas e propósito divino. A nomeação de Jesus é um evento intrinsecamente entrelaçado na narrativa de seu nascimento e carrega um peso de significado que ressoa em toda a fé cristã. Para entender quem nomeou Jesus e por que esse nome foi escolhido, devemos nos aprofundar nos relatos bíblicos e nas reflexões teológicas que cercam esse momento crucial.

As fontes primárias para a nomeação de Jesus são encontradas nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Ambos os relatos destacam a orquestração divina por trás da nomeação, enfatizando que o nome de Jesus não foi uma mera decisão humana, mas uma declaração de sua missão celestial.

No Evangelho de Mateus, o anjo do Senhor aparece a José em um sonho, instruindo-o sobre o nascimento de Jesus. Mateus 1:20-21 registra as palavras do anjo: "José, filho de Davi, não temas receber Maria como tua esposa, pois o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados." Aqui, o anjo ordena diretamente a José que nomeie a criança Jesus. A razão para esse nome é explicitamente declarada: "porque ele salvará o seu povo dos seus pecados."

O nome "Jesus" é a transliteração em inglês do nome grego "Iēsous", que por sua vez é derivado do nome hebraico "Yeshua" ou "Yehoshua". Este nome significa "Yahweh é salvação" ou "Yahweh salva". A escolha deste nome é profundamente significativa, pois encapsula a missão e identidade de Jesus como o Salvador. Na tradição judaica, os nomes eram frequentemente simbólicos, refletindo o caráter ou destino de uma pessoa. Ao nomear a criança Jesus, o anjo transmitiu o propósito divino para o qual Jesus foi enviado ao mundo.

O Evangelho de Lucas oferece outra perspectiva sobre a nomeação de Jesus. Em Lucas 1:26-31, o anjo Gabriel visita Maria para anunciar a concepção milagrosa de Jesus. Gabriel diz a Maria: "Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus." Semelhante ao relato em Mateus, a nomeação de Jesus é apresentada como uma diretiva divina. O anúncio de Gabriel sublinha a origem celestial e a autoridade por trás do nome, reforçando o tema de que Jesus é o Messias há muito esperado que vem cumprir o plano redentor de Deus.

O significado do nome Jesus é ainda mais iluminado por sua conexão com o Antigo Testamento. O nome "Yeshua" é uma variante de "Josué", uma figura proeminente nas Escrituras Hebraicas. Josué, o sucessor de Moisés, liderou os israelitas à Terra Prometida, simbolizando a libertação e o cumprimento das promessas de Deus. De maneira semelhante, Jesus é visto como aquele que conduz a humanidade à terra prometida definitiva, o reino de Deus, através da salvação do pecado e da morte.

Teologicamente, a nomeação de Jesus é uma afirmação profunda de sua identidade como o Verbo encarnado de Deus. O Evangelho de João começa com a declaração de que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14). Este Verbo, que está com Deus e é Deus, assume a forma humana e recebe o nome de Jesus, marcando a interseção das realidades divina e humana. O nome não apenas significa o papel de Jesus como Salvador, mas também sua conexão íntima com a humanidade, à medida que compartilha de nossas experiências e as redime através de sua vida, morte e ressurreição.

Além da narrativa bíblica, a tradição cristã há muito reflete sobre o significado do nome de Jesus. Os primeiros Padres da Igreja, como Inácio de Antioquia e Justino Mártir, enfatizaram o poder salvífico inerente ao nome de Jesus. Inácio, em sua carta aos Efésios, escreveu sobre a "doçura" do nome de Jesus, reconhecendo seu poder de unir os crentes na fé e no amor. Justino Mártir, em seu "Diálogo com Trifão", argumentou que o nome de Jesus cumpre as profecias do Antigo Testamento, estabelecendo Jesus como o verdadeiro Messias.

O apóstolo Paulo também reconheceu o poder e a autoridade do nome de Jesus. Em Filipenses 2:9-11, ele escreve: "Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai." Esta passagem destaca a exaltação do nome de Jesus, significando seu senhorio e o reconhecimento universal de sua autoridade divina.

O nome de Jesus é um elemento central do culto e da oração cristã. Ao longo da história, os cristãos invocaram o nome de Jesus em oração, acreditando em seu poder para curar, proteger e trazer paz. A "Oração de Jesus", uma invocação simples, mas profunda, tem sido um pilar da espiritualidade cristã, particularmente na tradição ortodoxa oriental: "Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem misericórdia de mim, pecador." Esta oração reflete a profunda reverência e confiança que os cristãos depositam no nome de Jesus.

Em resumo, a nomeação de Jesus é um evento divinamente orquestrado que revela o propósito profundo e a missão do Filho de Deus. O nome "Jesus", que significa "Yahweh salva", encapsula a essência de sua encarnação e o cumprimento do plano redentor de Deus. Através dos anúncios angélicos a José e Maria, Deus declara a identidade de Jesus como o Salvador que liberta a humanidade do pecado. O nome de Jesus carrega consigo uma rica herança teológica, celebrada e reverenciada ao longo da história da Igreja. É um nome que fala de salvação, autoridade e esperança, convidando todos que o ouvem a reconhecer e abraçar o poder transformador daquele que o carrega.

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